Chapt 4.
Mas nos reteremos por uns instantes naquela sala de consulta. O tratamento, alopata e ineficaz, começava a surtir efeito. O farmacêutico achava ter a cura, a mãe achava ter o que dizer a si e à vizinhança e o menino não achava nada além de ignominiosas lêndias se confraternizando no seu couro cabeludo. Coçar a cabeça estava se tornado um ritual cada vez mais versátil. Às vezes apelava para o garfo, o lápis, até a lixa da marcenaria já tinha usado destraidamente. Mas o pior era o isolamento. Ninguém queria brincar com nosso herói da cabeça semi-carcomida. Mas meu objetivo não é fazer meu leitor chorar copiosamente de pena, então vamos às atitudes meticulosas dessa criança.
- Mãe, posso dormir com a senhora?
- O que tem de errado na sua cama?
- Fora o fato de que ela não existe?
- Ahn?
- Mãe, durmo mal na rede todas as noites. Hoje quero dormir com a senhora. Posso?
- Você nunca me disse que não gostava da rede.
- Gosto mais da sua cama. - disse o garoto já se esparramando no colchão da mãe.
No dia seguinte já eram duas almas coçando a cabeça de maneira nervosa. Em breve seria a cidade toda.
3 Comments:
é o mesmo com fofocas
gostando (:
quem vai se dar bem é o barbeiro ;]
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